quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A única esperança que tenho



Terminei de conversar com você com aquele sentimento que ninguém além de ti consegue me dar. O meu quarto escuro com Bukowski na parede me fez pensar em você e nesse breu havia alguma esperança de uma materialização sua nesse recinto. Deitei na cama e peguei o notebook na esperança de transcrever tal sentimento. Fiz um conto.
“— Como cê tá? — disse ela, sorrindo.
Deram um longo abraço, como que ganhando o tempo perdido, e ficaram por um longo tempo em silêncio aproveitando a companhia um do outro.
— Muito tempo, certo?
— Sim.
Eram seis da manhã, o vento batia nas palmeiras a beira-mar e o “sol frio” pairava sobre as suas cabeças. Deram as mãos, como se tivessem esquecido daquele buraco vazio causado pelo tempo separado no peito de cada um, e caminharam descalços na beira do mar.
— Tu faz tanta falta, guria. Ter você falando comigo. São tantos os momentos da tarde que penso na gente junto, mas no final dela não é a minha boca que a sua beija.
— Eu amo somente você.
— Eu sei, e eu acredito. E é só por isso que eu vou levando, vou carregando esse sentimento aqui, esperando algo. E a única esperança que eu tenho é a de que isso seja verdade. Mas não fala mais nada.
Apertaram mais forte as mãos entrelaçadas e pararam de caminhar. Se abraçaram no meio do vazio daquele infinito litoral e permaneceram ali até voltarem a sua caminhada, que só terminaria quando dada a hora do almoço.”
— No final, ficou uma merda de conto, não é? — falei pra mim, rindo — Fiz questão de fazer um final feliz, não importa o quão chato a maioria das vezes os finais felizes sejam. É assim que eu quero que o nosso seja. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário